Instintos Cruéis - Carrie Jones


"As pessoas estão sempre procurando alguma coisa no escuro, Zara. Temos medo do que poderíamos ver. Pode ser a escuridão lá de fora, ou as trevas de nossas próprias almas, mas acho que é melhor ser pego procurando, olhando... do que nunca saber. Entende o que eu quero dizer?" (p. 86)

Zara White é uma adolescente de 17 anos que tem tudo para ser uma garota normal, como todas as outras: ela é bonita, inteligente, interessante, gosta de correr. Mas ela está longe de ser normal, por muitos motivos. Seu padastro, que a criou e amou como um pai, morreu na sua frente vítima de um ataque cardíaco fulminante; sua mãe decidiu que não pode ajudá-la a superar o luto e acredita que ela deveria morar por uns tempos com sua avó; e, essa é a pior parte, ela está indo morar com sua avó Betty no Maine! Em uma cidadezinha gelada no meio do nada, cercada apenas por neve e bosques. 

E como se tudo isso fosse pouco, ela acredita que está sendo seguida por um cara muito estranho que aparece em todos os lugares onde ela está, inclusive na janela da cozinha de sua casa, no momento em que seu pai teve o ataque. Aliás, tudo indica que o ataque aconteceu porque seu pai viu o tal cara.

Para lidar com tudo isso, Zara se esconde por traz de sua mania por fobias, como um escudo para se proteger das situações difíceis. Então toda vez que está assustada, com medo ou saudade de casa, ela solta uma série de nomes estranhos como: cheimatofobia, didascaleinofobia, sitofobia, entre outros. Isso porque a garota acredita que se você dá nome às coisa elas, ficam melhores, menos assustadoras. 


“Coleciono medos como outros colecionam selos, e isso faz com que eu pareça mais estranha do que na verdade sou. Essa é a minha praia. Esse lance dos medos. Fobias.”


Na escola ela faz novos amigos como Issie e Devyn, mas quem desperta mesmo sua atenção é Nick Colt, o bad boy do colégio, bonitão, campeão de corridas e dono de um Mini Cooper. Mas ela também vai atrair para si a atenção de Ian, bom aluno e participante de quase todos os clubes da escola e da invejosa Megan, que quer Zara longe de Nick a todo custo.

E são esses novos amigos que vão lhe contar sobre a existência dos pixies (?), uma espécie de fadas ou duendes que atormentam a cidade e que deixam um rastro de um pó dourado chamado de glamour (??) por onde passam e que são os responsáveis pelo desaparecimento de vários rapazes (???). Issie e Devyn lhe dizem que o homem que a persegue é um pixie, que está louco saciar seu desejo (!) e que isso só acontecerá quando ele encontrar um rainha, que provavelmente é ela (!!), enquanto isso eles vão se contentando com os rapazes (!!!).

Meio difícil de acreditar né? Zara também demora a aceitar sua nova realidade, mas uma série de eventos assustadores vão lhe mostrar que ela está errada em duvidar de seus amigos e que essa dúvida pode lhe custar a vida.

Recebi Instintos Cruéis pelo Book Tour da Editora Underwood, que aliás demorou tanto que eu achei que não ia chegar mais. Já tinha até me conformado de que não receberia os livros quando de repente, eis que ele aparece aqui em casa. Valeu Edilza, por conseguir por ordem nesse BT!

Mas vamos às minhas impressões. O livro tem um enredo até bem interessante, com uma mitologia nova que eu não conhecia, que eu achei até legal, porém nada inovador. Pena que para por aí. Achei que a autora explicou muito pouca sobre o que são os pixies e eu tive uma dificuldade imensa em conseguir imaginá-lo. Dei até uma "googlada" sobre o tema para ver se conseguia clarear um pouco minha leitura.

A autora tem uma escrita dinâmica e fluída, mas parece que ela trava na hora de escrever os diálogos. São entruncados e parecem que não levam a lugar algum (quantas vezes alguém pode usar a palavra fofo e seus derivados sem parecer retardado?). Em compensação, as divagações da Zara estão todas lá, como todos os detalhes. A narração é em primeira pessoa, então é natural que o livro seja mais intimista, mas nesse caso não deu muito certo, pois a garota é uma personagem muito rasa. O que aliás aconteceu com todos os personagens. Nick, que deveria ser o bad boy gostosão, não teve nenhuma atitude condizente com a descrição, aliás, ele foi um amor a maior parte do tempo mas só a Zara não percebeu. Ian e Megan, que deveriam ser o vilões, quase não aparecem.

Mas o que mais me irritou no livro foi o final. Chega a ser estranho que uma garota pudesse acabar com um bando de pixies de maneira tão boba! Se era tão simples, por que ninguém fez antes? 

Outra coisa que realmente me incomodou foi a tradução e a revisão, principalmente as aspas no lugar do travessão nos diálogos. Isso porque muitas vezes a aspa abria e não fechava, misturando fala com texto. Ou então ela só fechava, sem ter sido aberta antes.

Por outro lado, o livro tem cenas realmente eletrizantes. Junte um ambiente bem tenebroso e gelado, adolescentes sequestrados, habitantes muito estranhos, mitos, superstições, um passado familiar mal explicado e aparições um tanto quanto malignas - é susto na certa! Eu disse à vocês que o enredo era bom, e é ele quem salva o livro, que faz com que você não queira largá-lo.

Enfim, acho que deu para vocês entenderem o que eu achei, né? Apesar de todos os defeitos que notei, eu quase gostei do livro, que prometia ser bom, mas para mim faltou um pouco de carisma em seus personagens, para que eles pudessem me conquistar. Eu não o recomendo, mas quero deixar claro que essa é apenas a minha opinião, talvez vocês leiam e até gostem de Instintos Cruéis. Afinal de contas, este é o primeiro livro de uma série, então talvez a continuação seja melhor, com uma boa revisão e tradução, etc. Quem sabe não é? É tudo uma questão de opinião...

B-jussss! ♥
;-p

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